"Um buraco por favor! "

Leio muitos posts,  artigos,  postais e afins sobre o que é ser mãe e todos eles muito românticos sobre a maternidade. Pois hoje eu vou revelar toda a verdade,  aquela verdade verdadinha que nunca ninguém nos diz.

Ser mãe começa por todo o staff da maternidade se sentir no direito de opinar sobre quanto tempo demora e se leva ou não anestesias,  enquanto angustiamos de dores e pensamos seriamente em laquear as trompas a cada contracção.

Ser mãe é conseguir mudar aquelas fraldas assassinas sem vomitar e sempre com uma cara alegre e mantendo uma conversa queriducha (em apneia), para não traumatizarmos o bebé.

Ser mãe é andarmos atrás deles sempre com almofadas nas mãos e luvas de forno, para os ampararmos,   quando começam a andar, enquanto seguramos o telemóvel ou a câmara de filmar entre o ombro e a orelha para captarmos aqueles primeiros passos. Seguindo para o fisioterapeuta no dia seguinte com um torcicolo que dá direito a baixa de 7 dias.

Ser mãe é tirarmos as luvas como o Ricardo no Euro2004 e defendermos com o próprio corpo cada espirro e tosse que a filha mais velha insiste em fazer para cima do irmão de (quase) 3 meses, ficando eu constipada e com dor de garganta em vez do bebé.

Ser mãe é ter de levar a filha doente à pediatra e ainda ter de ouvi-la responder à médica que se recusa a respirar fundo de novo, enquanto a médica a ausculta, porque simplesmente já não lhe apetece respirar mais.

Ser mãe é impedir que ela diga a palavra "papagaio" em público,  pois o que lhe sai é demasiado ordinário para eu sequer tentar explicar.

Ser mãe é isto e muito mais,  mas vale muito a pena.